O que é o LEED?
A sigla LEED®, que em inglês significa Leadership in Energy and Environmental Design ou Liderança em Energia e Design Ambiental, é um sistema internacional de classificação de edifícios verdes ou Green Buildings., administrado pelo Conselho de Construção Verde dos EUA (USGBC). É um sistema que assegura que um prédio obedeça a critérios de sustentabilidade, pois é necessário atingir um número mínimo de pontos para obter a certificação.
Foi criado nos EUA em 1993 como projeto piloto para que a indústria da construção pudesse ter um sistema de que mensurasse o quanto um projeto é realmente "verde". Com uma pesquisa de métricas e sistemas de normas o USGBC (United States Green Building Council) subsidiou a criação do primeiro padrão LEED® em 1998 (LEED® versão 1.0).
Sua atribuição é de responsabilidade de comitês multidisciplinares compostos por arquitetos, engenheiros, construtores, incorporadores, advogados, corretores de imóveis, entre outros envolvidos na indústria da construção.
Eficiência energética nas edificações
Constante busca pelo uso racional da energia elétrica para o consumo de uma edificação. Pode-se dizer que um edifício é mais eficiente energeticamente que outro quando ele proporciona as mesmas condições de uso e conforto com menor consumo de energia. Para isso é necessário planejar e antecipar questões essenciais capazes de proporcionar conforto térmico aos usuários e ao mesmo tempo trabalhar com foco na redução e racionalização do consumo de energia, evitando a necessidade da utilização desmedida e ineficiente de sistemas de condicionamento, climatização, iluminação e ventilação, com responsabilidade no uso dos recursos naturais disponíveis, evitando o constante desperdício de energia.
Devemos buscar garantir a eficiência energética nas soluções de projeto e a Arquitetura é um elemento essencial desta missão. Aos poucos o mercado brasileiro desperta para este novo modelo de edificação.
Quais são os processos que tornam as edificações eficientes energeticamente?
A principal característica que influi na eficiência energética de um edifício é a relação do ambiente interno com o externo. Edificações eficientes em energia foram planejadas e propositalmente estudadas para alcançarem o seu melhor desempenho, de acordo com as necessidades operacionais de cada ambiente.
Para alcançar esta realidade é preciso começar o projeto de forma correta, fazendo estudos climáticos do local onde a edificação será construída e que embasarão o inicio do projeto. Por exemplo, a avaliação da quantidade e localização dos raios solares recebidos por cada fachada define o tamanho e a localização das janelas na edificação e, se necessário, deve-se protegê-las dessa carga solar em função da economia nos sistemas de iluminação e condicionamento de ar.
Considera-se o clima local também para a escolha dos materiais mais indicados para a vedação e o revestimento das fachadas. Isso é chamado de “Arquitetura Bioclimática”. Atua-se em questões de isolamento, conforto térmico, iluminação, ventilação natural e na presença de vegetação que cause sombra ou forme barreira para ventos. Utiliza-se metas e ferramentas de análise e simulação computacional termo-energética de forma a orientar as decisões de compra, às soluções de projeto e as escolhas dos sistemas mais eficientes. Após as primeiras análises são realizados outros estudos que visam determinar quais as tecnologias existentes no mercado se adéquam àquela edificação. Hoje há diversos equipamentos e materiais eficientes em conservação de energia: ar condicionado que utiliza gás natural ou coletores solares ao invés de energia elétrica, elevadores inteligentes, iluminação com lâmpadas e luminárias de alto desempenho, vidros de proteção solar, enfim, uma gama de tecnologia para todos os bolsos.
O que é Arquitetura Bioclimática?
A arquitetura bioclimática, embora pareça um conceito novo, é utilizada desde a antiguidade. É uma arquitetura feita levando-se em consideração as condições climáticas do local onde a edificação será construída, utilizando os recursos disponíveis na natureza, com tecnologia baseada na correta aplicação dos elementos. Com essa maneira de se projetar, minimizamos os impactos ambientais e conseguimos reduzir o consumo energético da futura edificação, mantendo-se o conforto térmico.
O que determina o conforto térmico do ambiente?
Podemos dizer que uma pessoa se sente confortável em relação ao ambiente físico, quando esta sente neutralidade com relação a ele. Não se sente calor, não se sente frio. Sente-se conforto!
Para alcançar o conforto térmico no ambiente é necessário adotar técnicas construtivas que permitam a troca adequada de calor na edificação, ou seja, construir privilegiando a ventilação cruzada e higiênica, possibilitando a saída do ar quente, a entrada do ar externo. Há também situações inversas onde o conforto térmico é prejudicado pela entrada excessiva de vento ou frio, fazendo-se necessário adotar soluções capazes de reter ou gerar calor nos ambientes.
A arquitetura bioclimática pode ser pensada em empreendimentos já existentes? Como?
Acreditamos que seja um grande desafio, pois o ideal é planejar estas soluções desde o inicio do empreendimento. Quanto mais cedo uma proposta é implantada, menor o seu custo e maior o seu desempenho. Contanto, temos no Brasil diversos edifícios que precisam ser modernizados.
O que são construções sustentáveis?
Construções sustentáveis foram planejadas e propositalmente desenvolvidas para serem eficientes energeticamente, duráveis, confortáveis acústica e termicamente, buscando soluções de baixo impacto ambiental, que proporcionem economia no consumo energético e de recursos naturais, nas etapas de construção e uso das edificações. É planejar o consumo de água, de energia e de recursos, evitando o desperdício, com foco em edificações de alta performance e qualidade, que promovam o bem estar dos usuários.
Por que as construções sustentáveis se tornaram um bom negócio, uma boa escolha?
Em tempos de discussões climáticas e ambientais de alta relevância, as construções sustentáveis cumprem o papel de contribuir fundamentalmente, visto o alto impacto do setor da construção civil na economia mundial e no uso dos recursos disponíveis.
Construir de forma sustentável proporciona controle, previsibilidade e diminuição do lead time das operações, ou seja, maximiza o tempo de execução dos processos, com economia de energia, de recursos, além do aumento de ganhos financeiros e operacionais. Utiliza sistemas inteligentes de condicionamento, climatização e iluminação eficientes, somada a soluções arquitetônicas eficazes, beneficiando construtores, proprietários e usuário, garantindo que as construções possam atingir o seu maior potencial de durabilidade, conforto e eficiência e com o menor impacto ambiental.
É mais caro construir adotando práticas sustentáveis?
A construção sustentável muitas vezes parece mais cara, pois muitos dos materiais de construção se tornaram mais duráveis, aumentou-se o número de projetos especializados e a complexidade dos processos. Mas é interessante refletir sobre a contribuição e impacto destes sistemas em todas as etapas da construção e uso das edificações, permitindo avaliar um certo grau de independência energética, da diminuição dos custos de uso e manutenção claramente previstos e do tempo de execução de um empreendimento.
Nós entendemos que é possível adaptar soluções sustentáveis e viáveis, com benefícios na redução e racionalização do consumo energético e aumento de ganhos operacionais e financeiros com a utilização de sistemas eficientes de condicionamento, climatização, iluminação e ventilação.
Para alcançar o melhor desempenho de seu empreendimento, orientamos que a adesão por uma gestão sustentável se inicie na fase de planejamento, com maiores benefícios e menores custos de implantação dos programas de sustentabilidade e efetivo resultado nas etapas de construção, uso e manutenção das edificações.
Poupar na construção pode vir de outras maneiras. Gastar mais com planejamento, com materiais duráveis e estudos especializados é mais barato a longo prazo, pois estes não terão de ser substituídos frequentemente, nem readaptados. É importante considerar os custos do ciclo de vida de um produto, ao invés de focar apenas nos custos iniciais. Você se surpreenderá com os resultados obtidos.
Quando se deve incorporar as práticas e técnicas para uma construção sustentável? Em que etapa do projeto?
Você pode optar por incorporar práticas sustentáveis de projeto em qualquer etapa do seu empreendimento e inclusive para as construções já existentes.
Para alcançar o melhor desempenho de seu empreendimento, orientamos que a adesão por uma gestão sustentável se inicie na fase de planejamento, com maiores benefícios e menores custos de implantação das práticas da sustentabilidade e efetivo resultado nas etapas de construção, uso e manutenção das edificações.
Incorporar práticas para eficiência térmica e energética nas edificações na fase de planejamento é uma estratégia eficaz e que proporciona redução no consumo de energia elétrica e não interfere na execução da obra.
As construções sustentáveis são projetadas de forma diferente?
Sim. Construir de forma sustentável é reconhecer que um empreendimento é um sistema integrado, onde todos devem trabalhar juntos. Na melhor das hipóteses, projetar envolve todos os membros "equipe" da construção desde o início, em busca das melhores soluções para alcançar um objetivo comum.
A etapa de planejamento ganhou força e importância no desenvolvimento da construção sustentável, bem como há leis, diretrizes normas voluntárias ou não, e boas práticas que ditam o caminhar carruagem. Tudo em busca de diminuir o lead time de execução de uma atividade, ou seja, o tempo total de execução e levar maior eficiência, conforto e durabilidade, com racionalização e redução de tempo e custo na execução, uso e manutenção.
Este processo é chamado de "projeto integrado" que atende todas as etapas do empreendimento, do planejamento à concepção, da construção à operação.
Projetos e estudos especiais normalmente são incorporados na etapa de planejamento e concepção do empreendimento, possibilitando o estudo dos materiais, estudos solares e bioclimáticos, simulações termo-energéticas e avaliação do nível de desempenho, garantindo maior durabilidade, conforto e eficiência.
É preciso contratar um especialista para construir de forma sustentável?
Em teoria, qualquer projetista, arquiteto ou empreiteiro poderia desenvolver e executar uma construção sustentável, porque o passo a passo não é muito diferente do que já é utilizado em qualquer outro tipo de construção.
Mas, na prática, há uma curva de aprendizado que está sendo reconhecida pelo mercado e que valoriza o papel da pesquisa e do conhecimento, com novas metodologias e sistemas tecnológicos que superam as técnicas de concepção e construção tradicionais. Há profissionais que tem gasto tempo se capacitando e pensando em como contribuir com o melhor desempenho das edificações, com maior capacidade de visão e execução das técnicas e procedimentos que poderão ser adotados.
A construção civil não é uma indústria que muda rapidamente. Muitos projetistas, arquitetos e construtores fazem as coisas de determinada maneira porque é isso que lhes foi ensinado. Leva tempo e esforço para aprender novas abordagens, que são somadas com o passar do tempo e com a renovação do setor.
Todos terão de se adaptar a um desenho mais sustentável ou futuramente estarão fora do negócio. Os consumidores aumentarão a pressão sobre a indústria da construção civil para produzir empreendimentos mais duráveis e eficientes em termos energéticos.
Nós entendemos que é inteligente contratar alguém com experiência, ou olhar pelo menos, por um arquiteto, projetista ou empresa profissional que saiba sobre a construção sustentável e esteja disposto a buscar parceiros especializados e informações sobre o assunto.
Uma edificação é considerada sustentável se utilizar apenas produtos “verdes” ou reciclados?
Não necessariamente. Nós entendemos que durabilidade, procedência e eficiência são metas de devem estar em mente, de forma a orientar as decisões de compra na direção das construções sustentáveis.
A escolha de materiais adequados é um esforço perdido se não houver planejamento e avaliação baseada nos princípios da sustentabilidade. Produtos “verdes’ são cada vez mais abundantes e, diante o contexto certo, eles serão uma parte importante, mas será parte do contexto, o que não devemos esquecer.
Que tal algumas perguntas?
Como o material é fabricado? Quanto de energia utiliza até seu destino final? Comprar localmente pode fazer diferença?
É saudável? O material utiliza gases de compostos orgânicos voláteis ou irritantes químicos?
É durável? Gastar mais por um produto que dura mais tempo representa uma poupança líquida?
É feita a partir de materiais reciclados e é pode ser ainda reciclado? Há produtos que podem ser reciclados ao fim de sua vida útil, o que significa menos pressão sobre os aterros.
Será que vai poupar energia? Possibilitar uma menor demanda por energia já é positivo.
Tomar decisões corretas sobre produtos "verdes" nem sempre é tão fácil quanto parece. E não há padrões absolutos para medir todas essas coisas. É necessário pesar e comparar produtos e serviços para obter os melhores resultados. Guias que ofertam produtos sustentáveis pode ser útil. Cuidado com os produtos com maquiagem verde (Greenwashing) que buscam disfarçar as más práticas ambientais com campanhas e políticas de fachada, apenas em busca de associar a empresa uma imagem positiva.
É realmente mais barato viver em uma construção sustentável?
Sim! A conservação de energia é um dos principais benefícios da construção sustentável. Isso faz diferença. Reduzir o consumo através de uma construção mais eficiente significa menores custos operacionais.
Levado ao seu limite, as estratégias de conservação de energia podem resultar em um consumo zero de energia. Isso não é fácil e exige a instalação de diversos sistemas inteligentes, e área suficiente para os painéis fotovoltaicos para gerar energia elétrica. Os empreendimentos ainda são raros, mas tendem se tornar uma realidade muito comum.
Outro objetivo da construção sustentável é reduzir e racionalizar o consumo de materiais e garantir maior durabilidade, com menores custos de manutenção e uso das edificações.